quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Velhos sintomas, novas descobertas.

Notícia boa
Quase um ano sem publicar nada por aqui, não poderia aparecer sem trazer novidades. E elas são medicamentosas. Mas antes, uma boa notícia. Já relatei aqui que o medicamento mais eficaz para queimação, no meu caso específico, é o Prazol 30mg. O problema era a dificuldade de encontrá-lo na praça. A boa notícia é que uma grande rede de farmácias de minha cidade passou a vendê-lo, possibilitando sua aquisição. Mas claro que eu tive participação nisso. Como o medicamento sumiu da praça, eu entrei em contato com o laboratório que o fabrica, e o laboratório passou a fornecer para a rede de farmácias. O resultado é que agora posso comprá-lo mais facilmente.

Agora as novidades
Descobri alguns medicamentos que se mostraram muito bons no combate à queimação e como auxiliares no controle do enjoo: o Gaviscon, o Gaviz e a simeticona. O primeiro na forma de sachês líquidos, o segundo em forma de xarope e o terceiro em comprimido. Como já li que o uso frequente desses medicamentos pode trazer sérios prejuízos à saúde, procuro não usá-los diariamente, mas nos momentos de maior necessidade. O melhor de tudo é que com o uso do Prazol + Gaviscon + Gaviz + Simeticona e, eventualmente, quando o enjoo persiste, o Dramin B6, tenho conseguido alívio para os piores sintomas das minhas crises estomacais e consegui me livrar de vez da Bromoprida e os seus terríveis efeitos colaterais. Não estou no país das maravilhas, mas pelo menos tirei um pé do purgatório.

O Gaviscon e o Gaviz são eficientes no controle da queimação, com a vantagem de não conter açúcar. No meu caso essa vantagem conta muito porque o açúcar me faz muito mal. Se algum laboratório estiver lendo este post, quero deixar aqui a sugestão de não utilizarem o açúcar na formulação de antiácidos. O açúcar fermenta e faz aumentar o azedo do estômago. Portanto, o antiácido com açúcar acaba fazendo efeito contrário, ou, na melhor das hipóteses, não traz o alívio que se espera. Acontece também de você tomar o antiácido, sentir um alívio momentâneo, mas logo logo a azia está de volta. No caso do Gaviscon e do Gaviz o alívio é mais duradouro e acredito que isso esteja diretamente relacionado à ausência do açúcar.

A simeticona é uma substância muito boa para expulsar os gases e acabar com aquela sensação de que a barriga vai explodir. O processo é o seguinte: você toma os antiácidos com o estômago queimando e aí os gases tomam conta. Não sei o que acontece, mas a ação dos antiácidos no combate à queimação provoca o surgimento dos gases, a barriga dilata (cresce e fica meio enrijecida), muito parecido com a sensação que a gente sente quando enche a boca de ar, forçando as bochechas. Aí a digestão fica comprometida. Imagine um balão de aniversário cheio, com comida dentro. A comida não adere, fica solta dentro do balão. É essa a sensação que tenho, de que a comida fica solta no estômago, sem a ação dos ácidos digestivos sobre ela. Como a comida não é digerida, só existe uma saída e é para cima. Eu então tomo água para forçar o vômito. Só que não é aquele vômito com enjoo, cefaleia, que faz você desejar a morte como alívio. É algo mais agradável. Você arrota e a comida sai junto. Aí você vai esvaziando o conteúdo do estômago. Claro que eu tenho que estar em casa, não dá pra fazer isso no trabalho ou locais públicos. Você precisa ir ao banheiro algumas vezes. À medida que o estômago vai ficando vazio, o azedo vai diminuindo aos poucos e você começa a sentir movimentos no estômago (o ronco que a gente sente quando está com fome e há muito tempo sem comer). É o sinal de que há vida no estômago e aí as coisas vão melhorando até atingir uma normalidade.

No meu caso, há um ciclo. De segunda a quarta-feira eu passo bem. De quinta pra sexta, começam os sinais da crise no estômago. Aí passo por todo o processo que descrevi acima. Fico uns dois dias (sábado e domingo) tomando os medicamentos e esvaziando o estômago. Passada a crise, estou novinho em folha. Parece coisa de louco, mas acho que é algo metabólico, um processo que vai se desencadeando ao longo da semana.

Quando relato isso a um médico ele trata de me sugerir uma consulta com psicólogo ou então me receita um daqueles remédios tarja preta que você toma e começa a babar pelos cantos da boca, feito cachorro doido. O último médico que consultei me receitou um desses e fez a seguinte recomendação: “Não leia a bula. Você não vai ter coragem de tomar!”. Depois de ouvir isso é claro que não tomei.

Os médicos precisam entender que nem sempre a gastrite, queimação etc. são consequência do stress, do nervosismo e parar com essa história de enfiar calmante nas pessoas. Eu percebo que o meu humor varia muito, mas quase sempre o nervosismo é consequência dos problemas do estômago e não causa deles.


Na cabeça dos médicos o processo se dá assim: você se estressa, vem o nervosismo e com ele a queimação, a gastrite, a úlcera etc. No meu caso ocorre o inverso. Eu estou bem, surgem os males do estômago e eu fico de mau humor. Portanto, não é o emocional que me deixa com queimação, é a queimação que mexe com o emocional e traz o desequilíbrio. Tem dia que estou mais zen que o próprio Buda, e lá vem a queimação. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Só o aleijado sabe onde mais dói a muleta. E enquanto os médicos não caem na real, a gente vai se virando como pode, experimentando dietas e medicamentos.